Embala que o resto cala

Lá na colina está ela
Ela a quem embala o filho
O filho do pai bastardo
que mora embaixo da laje
Lá todos vivem felizes
Cantam, dançam e batucam
Lá todos passam necessidade
Vivem a margem do perigo e da vida
Lá todos são alvos
Ela está lá desde aquela época
Que libertaram seus descendentes
Ficou calada, impotente
Cansada, desgraçada e jogada
Lá todos querem ter
Todos querem ser e comer
Derramam lágrimas por não ter
Por que sofrem?
O mundo é tão belo
Mas para ela o mundo é paralelo
Nos barrancos de um cemitério
Na clandestinidade dos que ali vieram
O chão de barro serve para gurizada
Correr com os pés descalços
Atrás da pipa que foi “pro pau”
Na colina do underground
São todos irmãos dela, não de sangue
Sim de cumplicidade, amizade
Fazem o papel da ajuda
Dão-lhes feijão e pão
É o que enche a barriga de um irmão
Embala, embala
Embala para não cair na bala
Na bala que se perde de vez em quando
No quando que não se sabe onde
No onde que não se encontra o lugar
Quem sabe ela irá reinar
Difícil é propagar
Um sonho que não quer chegar
O que resta é embalar para não chorar.
Ela a quem embala o filho
O filho do pai bastardo
que mora embaixo da laje
Lá todos vivem felizes
Cantam, dançam e batucam
Lá todos passam necessidade
Vivem a margem do perigo e da vida
Lá todos são alvos
Ela está lá desde aquela época
Que libertaram seus descendentes
Ficou calada, impotente
Cansada, desgraçada e jogada
Lá todos querem ter
Todos querem ser e comer
Derramam lágrimas por não ter
Por que sofrem?
O mundo é tão belo
Mas para ela o mundo é paralelo
Nos barrancos de um cemitério
Na clandestinidade dos que ali vieram
O chão de barro serve para gurizada
Correr com os pés descalços
Atrás da pipa que foi “pro pau”
Na colina do underground
São todos irmãos dela, não de sangue
Sim de cumplicidade, amizade
Fazem o papel da ajuda
Dão-lhes feijão e pão
É o que enche a barriga de um irmão
Embala, embala
Embala para não cair na bala
Na bala que se perde de vez em quando
No quando que não se sabe onde
No onde que não se encontra o lugar
Quem sabe ela irá reinar
Difícil é propagar
Um sonho que não quer chegar
O que resta é embalar para não chorar.
1 Comments:
Embala, embala pra não cair no crime, na desilusão do não ter e não ser alguém bem quizto, bem visto nos olhos da "sociedade"!
Gostei do poema, muito profundo!
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